Onde investir em 2018

23/01/2018

 Sua promessa de Ano Novo foi finalmente colocar em ordem sua vida financeira e aplicar aquele dinheiro que estava guardado na poupança em um investimento mais lucrativo? Considerando que a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, está em sua mínima histórica, este é sem dúvida um bom momento para repensar seu portfólio.

A Época NEGÓCIOS conversou com especialistas para te ajudar a decifrar o mundo das finanças e decidir onde colocar o seu dinheiro nesse ano. O cenário não é fácil: os juros no menor patamar da história podem fazer muita gente se interessar por investimentos mais arriscados, mas a eleição presidencial no ano que vem provavelmente deixará o mercado bastante volátil.

Vale lembrar que diversificar é uma boa estratégia. Mesmo para os mais arrojados, deixar uma parcela das suas economias em algum investimento seguro de renda fixa garante tranquilidade ao longo do ano — que promete ser bem movimentado não só por causa da eleição, mas também pela tramitação da reforma da previdência no Congresso e da possível revisão do rating soberano do Brasil pelas agências de classificação de risco.

Renda fixa, o porto seguro

Há quem defenda que em 2018, apesar de a taxa básica de juros estar em sua mínima histórica, a renda fixa é a melhor opção para quem quer investir com segurança e sem se preocupar. É o que defende William Eid, professor da FGV. Segundo ele, o cenário deverá ser bastante conturbado em função da eleição presidencial, e o risco será grande para quem arriscar na bolsa de valores ou mesmo em fundos multimercado. “Não sabemos o que vai acontecer. A eleição pode ser uma das mais tumultuadas da história”, diz. “Num ambiente de incerteza, as ações e os fundos multimercado não devem funcionar. Portanto, sobra a renda fixa”.

Para o professor, o Tesouro Direto é sempre uma boa opção. Eid sugere o título IPCA +, que rende a variação da inflação e mais uma taxa pré-fixada. “Isso te protege da inflação e rende um pouco a mais. É segurança, sossego”, afirma. Vale lembrar, no entanto, que o rendimento prometido na compra dos títulos do Tesouro só é cumprido se o resgate for feito na data do vencimento. Se o investidor quiser retirar o dinheiro antes, ele terá de vender seu título no mercado, podendo ter lucro ou prejuízo.

Leia mais: Como investir no Tesouro Direto

Outra opção para quem quer facilidade é buscar um fundo DI com baixa taxa de administração — ou seja, abaixo de 1%.

Além do Tesouro Direto e dos fundos DI, existem os investimentos em crédito privado. Os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) de bancos médios costumam ter rendimentos interessantes, mas é importante se lembrar de que a aplicação só tem a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até o limite de R$ 250 mil (por CPF por instituição financeira). Pesquisar a saúde financeira do banco antes de comprar um CDB é essencial.

Leia mais: Como investir em CDB

Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimentos, sugere investir em debêntures incentivadas de infraestrutura (títulos de dívida de empresas do setor), para conseguir uma rentabilidade maior sem pagar imposto de renda. Indech também indica CRIs e CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio). Essas são opções de renda fixa, normalmente de mais longo prazo, também isentas de imposto de renda. Porém, vale lembrar que os CRIs, CRAs e debêntures são investimentos mais arriscados, porque não têm a cobertura do FGC. Algumas dessas emissões recebem notas dadas por agências de classificação de risco. Consulte-as antes de tomar uma decisão de investimento.

Uma outra opção para quem quer aproveitar os investimentos com isenção de imposto de renda são as LCAs e as LCIs (Letra de Crédito Imobiliário e Agropecuário). Ao contrário dos CRIs e CRAs, elas contam com a garantia do FGC até o limite de R$ 250 mil.  As letras costumam ser emitidas por bancos. As LCAs são lastreadas por empréstimos concedidos ao agronegócio, enquanto as LCIs por empréstimos imobiliários. 

Leia mais
O que são debêntures
CRI e CRA: O que são e como investir

Fundos para quem quer diversificar

Uma alternativa para quem aceita um pouco mais de risco na busca por maior remuneração, mas que não quer (ou não tem tempo) de ficar acompanhando o dia a dia do mercado, são os fundos de investimento. Roberto Indech, da Rico, espera um ano previsível, pelo menos no campo econômico. “Teremos provavelmente uma taxa de juros estável, o que não vemos há muitos anos, e no menor patamar da história. A inflação também deve se manter estável, em torno de 3,5%, salvo algum evento extremo. Isso traz muitas oportunidades”, diz. Mas, como a eleição deve tornar o dia a dia do mercado financeiro nervoso, ele sugere os fundos de investimento. Celson Plácido, estrategista-chefe da XP Investimentos, também defende que em um momento de incerteza e volatilidade, é uma boa ideia deixar o seu dinheiro com um gestor profissional que vai “saber capturar da melhor forma a volatilidade e as oportunidades de investimento”.

William Eid, da FGV, porém, discorda. Segundo ele, os fundos de ação e os multimercado tiveram boa rentabilidade em 2017 por causa de uma situação que provavelmente não vai se repetir em 2018. “92% dos fundos de ação superaram o Ibovespa no ano passado, mas normalmente isso fica em torno de 10%”, afirma. “Esses fundos sempre dependem do que eu chamo de kit Brasil. O kit Brasil funcionou em 2017, porque o mercado estava tranquilo e a  taxa de juros caindo. Mas, em 2018, a eleição cria um cenário difícil, o problema fiscal tende a se agravar, o que deve fazer com que o dólar suba, e as agências de rating podem rebaixar novamente o Brasil”.

Se você decidir investir em um fundo multimercado ou de ações, só não se esqueça de pesquisar os produtos para encontrar uma boa opção — ainda que a máxima “rendimentos passados não garantem rentabilidade no futuro” sempre valha, olhar o histórico de gestão do fundo é sempre indicado. 

Celson Plácido, da XP Investimentos, lembra dos fundos imobiliários, que segundo ele devem ter um bom desempenho ao longo de 2018. Com a economia se recuperando, o mercado de imóveis, que sofreu durante a recessão, começa a dar sinais de melhora, o que provavelmente irá se refletir no desempenho dos fundos. “Com a Selic mais baixa, os fundos imobiliários também terão despesas financeiras menores”, diz Plácido. “E é muito melhor comprar uma cota de um fundo do que comprar um imóvel, porque você pode capturar a valorização não só dos imóveis residenciais quanto das lajes comerciais, além de ter uma diversificação maior — se um locatário não pagar, outros irão”, afirma. O investimento, neste caso, também é isento de imposto de renda nas remunerações pagas mensalmente. Porém, sobre uma eventual valorização das cotas do fundo negociadas em bolsa incidirá imposto de renda em caso de venda.

Leia mais: Como investir em fundos imobiliários

Bolsa para quem quer se arriscar

E a bolsa de valores, como anda? Quem está otimista em relação à economia brasileira pode apostar na hipótese de que o desempenho das empresas vai melhorar, levando à valorização das ações. Raymundo Magliano Neto, presidente da corretora Magliano, lembra que os pequenos investidores precisam ter cuidado para não se assustarem com a volatilidade do mercado e acabarem realizando prejuízos (ou seja, vendendo as ações bem no momento de baixa). O ideal, mais uma vez, é diversificar os investimentos e apostar em papéis de empresas de setores diferentes. Veja as ações que, segundo os especialistas ouvidos por Época NEGÓCIOS, devem ter bom desempenho em 2018:

Lojas Americanas – A companhia tem apresentado bom desempenho financeiro, espera um aumento no número de lojas em 2018, e deve se beneficiar da maior renda da população. “As vendas não dependem de crédito, o tíquete médio é baixo, de R$ 32. A gente brinca que o concorrente das Lojas Americanas é o camelô. É uma loja que vende muito”, diz Plácido, da XP.

Renner – A boa gestão da Renner fez da empresa um destaque no segmento de varejo. “É uma companhia resiliente, que não saiu ilesa da recessão, mas que conseguiu superar as dificuldades de forma consistente, e que tende a se aproveitar da época de juros baixos e retomada do emprego”, diz Indech, da Rico.

Petrobras – Uma gestão nova que aponta para maior ênfase na transparência é o principal trunfo da estatal. Além disso, a empresa divulgou planos de investir mais nos próximos anos, o programa de demissão voluntária ajudou a estatal a enxugar o quadro de funcionários, e o mercado espera melhores retornos e boas parcerias com outras empresas no futuro.

Vale – Para Magliano, as ações da empresa são uma boa aposta para o próximo ano, porque a empresa deve capturar a melhora da economia doméstica, além de exportar para a China.

Bradesco – O setor bancário como um todo tende a ter um bom desempenho no próximo ano. “É um banco que tem demonstrado resiliência no cenário ruim do país, e tem se aproveitado dos juros mais baixos e da retomada de crédito”, afirma Indech.

Banco do Brasil – O desempenho da instituição estatal tem melhorado recentemente, e a carteira de empréstimos para o agronegócio é um fator positivo a se considerar a expectativa de crescimento do setor. Como banco, também se beneficia da queda da inadimplência.

Itaúsa – “É um banco extremamente rentável, com histórico de gestão eficiente e rentabilidade acima da média do setor”, diz Indech, da Rico. Magliano lembra ainda que o grupo, dono do Itaú, também tem outras empresas interessantes e com bom desempenho, como a Havaianas, que deve se beneficiar do aumento do consumo impulsionado pela melhora da economia em 2018.

Ambev – Para Indech, a Ambev pode ser considerada “quase um porto seguro na bolsa pela boa capacidade de gestão da companhia”, diz. O bom desempenho da companhia fez com que suas ações se destacassem nos últimos anos.

Fonte:http://epocanegocios.globo.com/colunas/Financas-de-Bolso/noticia/2018/01/onde-investir-em-2018.html

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